e37 Vacinação não basta para reduzir mortalidade infantilAcra, Gana, 15/5/2012 – Gana deu um passo importante para reduzir a mortalidade de menores de cinco anos, ao se converter no primeiro país africano a introduzir duas novas vacinas contra o rotavírus e a doença pneumocócica. Contudo, isto não é suficiente. Um funcionário do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) neste país disse que esta medida não bastará para cumprir o quarto dos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, que propõe reduzir em dois terços a mortalidade nessa faixa etária até 2015, tendo por base os indicadores de 1990.
Atualmente, 80 em cada mil crianças não passam dos cinco anos de vida em Gana. Segundo o Unicef, a Somália tem a maior proporção de mortalidade de bebês, com 180 mortes em cada mil nascidos vivos. Para conseguir a quarta meta do milênio Gana deverá reduzir a mortalidade de menores de cinco anos para 40 mortes para cada mil. “Gana está fazendo muito, mas não creio que seja suficiente”, disse Anirban Chatterjee, chefe de saúde e nutrição do Unicef neste país. Desta forma se referiu aos esforços de Gana com as novas vacinas, e a campanha do Serviço de Saúde para educar as mães em matéria nutricional.
O rotavírus e doença pneumocócica são as principais causas de diarreia e pneumonia entre os menores em Gana. Combinadas, estas duas enfermidades representam cerca de 25% das mortes de menores de cinco anos, ficando atrás apenas da  malária. As duas vacinas são aplicadas atualmente em bebês com menos de quatro meses. A medida é implementada em todo o país e em hospitais específicos em Acra.
A Aliança Gavi, uma associação público-privada mundial dedicada à saúde, ajuda a financiar as vacinas, que estão disponíveis gratuitamente para todas as crianças de Gana. Espera-se que mais de 400 mil meninos e meninas deste país de 25 milhões de habitantes sejam imunizados contra as duas doenças. A previsão é de que as duas novas vacinas previnam 12 mil mortes relacionadas com pneumonia e outras dez mil vinculadas à diarreia, disse Antwi Adjei, titular do programa expandido de imunização no Serviço de Saúde de Gana.
O ministro da Saúde, Alban S. K. Bagbin, declarou, em um comunicado de 26 de abril, que as novas vacinas darão ao país o impulso extra necessário para cumprir o quarto objetivo do milênio. Entretanto para o Unicef os esforços para melhorar a saúde nutricional das crianças e para vaciná-las têm que ser simultâneos, a fim de reduzir a mortalidade dos menores de cinco anos.
Segundo Chatterjee, a desnutrição pode, às vezes, duplicar ou triplicar as possibilidades de morrer por uma doença como diarreia ou pneumonia. “As crianças desnutridas são as que têm maior suscetibilidade para contrair a doença, ter suas formas severas e também a morrer da mesma”, explicou. O bebê alimentar-se nos primeiros seis meses de vida exclusivamente do leite materno é uma maneira de prevenir a desnutrição nesse período crucial.
O Unicef promove a amamentação porque também ajuda a criar imunidade contra doenças que podem ser mortais, como pneumonia e diarreia. Em Gana, 63% das crianças se alimentam exclusivamente de leite materno nesse período. No entanto, muitas mulheres não o fazem porque não estão conscientes dos benefícios que isto representa, ou por trabalharem em um contexto, como o setor informal, onde é difícil amamentar.
Segundo Adjei, o Serviço de Saúde de Gana conta com uma cooperação regular entre departamentos, como os de vacinação e nutrição. Os vários departamentos da entidade atualmente coincidem na Semana de Promoção da Saúde Infantil para desenvolver novas estratégias e novos programas vinculados a eles. Um grande desafio será chegar a todas as crianças com as vacinas contra rotavírus e pneumococo. Cerca de 87% dos menores de um ano em Gana foram imunizados contra tuberculose, poliomielite, tétano, hepatite B, sarampo e outras doenças. Porém, chegar aos 13% restantes é difícil.
“Onde houver uma pessoa, temos a responsabilidade de chegar a ela e vaciná-la. E os altos custos também tornam isso cada vez mais difícil”, destacou Adjei. Por exemplo, só se pode chegar de bote a algumas comunidade isoladas em torno do Lago Volta, centro do país. Sai muito mais caro para o Serviço de Saúde estar presente nessas pequenas comunidades do que atender as populações urbanas.
Uma pequena quantidade de ganeses não se vacina devido a crenças religiosas ou tradicionais. Segundo Adjei, o dialeto local twi tem uma só palavra para “medicina”, e não diferencia entre vacinas preventivas e medicamentos usados para tratar doenças. É difícil superar essas crenças, afirmou, acrescentando que, “felizmente, estes são casos isolados”.
O Hospital Geral de Acra foi uma das primeiras instituições a oferecer as vacinas no dia 4, na capital. Cerca de 40 mães se reuniram ali, com seus bebês, esperando a vez para vaciná-los. Gladys Otabil foi uma delas, com seu filho Gabriel, de dois meses. “Tudo o que entendo sobre as duas vacinas é que protegerão meu filho das doenças”, disse, acrescentando que também foi aconselhada a amamentar durante os primeiros seis meses de vida. Nas próximas semanas a campanha se estenderá a outros hospitais de Acra e do resto do país. Envolverde/IPS

 

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