Em 1988 a TV Globo elegeu seu candidato, Fernando Collor de Mello. Para chegar lá, passou por cima de todas as regras democráticas. O diretor de jornalismo, Armando Nogueira, não concordou com a tramoia e foi demitido.  Em flagrante desrespeito à lei eleitoral, a Globo transmitiu, depois do prazo estabelecido pelo TSE, os melhores momentos do candidato Collor no último debate e os piores de Lula. A reportagem foi apresentava nos dois programas de maior audiência da emissora, no Fantástico e no Jornal Nacional. Estudos apontam que esse episódio virou a eleição em favor de Collor.

O que se assiste hoje, em relação à parcialidade nas transmissões, especialmente da Globo, é escandaloso. Ao final do primeiro turno, a forma como os comentaristas da Globo News apresentavam o resultado que levou Aécio ao segundo turno gerou revolta inclusive entre jornalistas que iniciaram um abaixo-assinado on line, reivindicando um mínimo de ética.

A sociedade vai permitir que a grande mídia, sobretudo a Globo que já praticou crime eleitoral no passado, volte a usar das mesas armas sujas para eleger Aécio?

É inaceitável, por ser uma conduta antidemocrática, a mídia explorar o escândalo na Petrobrás em véspera de eleição ao mesmo tempo em que joga pra baixo do tapete as graves acusações contra Aécio, Alckim e outros do PSDB.

Por um lado temos hoje dois bandidos presos, o doleiro Alberto Youssef, e o ex diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa. Ambos estão se utilizando da “delação premiada” para diminuir suas penas. Certamente eles vão ocupar as manchetes dos jornais até o final das eleições.

Por outro lado os vários escândalos em que Aécio Neves está envolvido sumiram dos jornais! Ele construiu um aeroporto com dinheiro público em terras da família. Cadê o desdobramento do caso? Os governos do PSDB em São Paulo, de Mario Covas a Geraldo Alckmin,  são acusados de receber propina pela Multinacional francesa Alstom.

Não se toca mais nesses assuntos assim como o “mensalão” mineiro desapareceu do noticiário sem deixar rastros. Fernando Henrique Cardoso pode comprar votos para se reeleger e a imprensa se calou. Assinando um atestado de incompetência, Alckmin  deixa faltar água em São Paulo. A população protesta nas ruas, mas a mídia “descola” de Alckimin a responsabilidade sobre o fato.

Tão grave quanto é a conduta do Judiciário. Enquanto à direção da Petrobrás é negado o acesso ao depoimento do ex diretor Paulo Roberto Costa, sob alegação de que as informações são “segredo de Justiça”, essas mesmas informações são franqueadas à Rede Globo, como se pode constar pelo teor das manchetes impressas e audiovisuais.

Nos “Movimentos de Junho” a juventude brasileira foi para as rua, em todo o Brasil  protestar contra os “podres poderes”: a política, os políticos, as instituições e a mídia. No Rio de Janeiro tivemos passeata com mais de um milhão de pessoas. Paralelamente às passeatas, a juventude, aqui no Rio, ocupou a Câmara Municipal para protestar contra as tarifas de ônibus e o conluio dos políticos com a Fetransporte, principalmente o prefeito, o governador e vereadores.  

Simultaneamente os jovens também realizaram no Rio o “Ocupa Cabral”. Para protestar contra os desmandos do governo de Sérgio Cabral. Com esse movimento que repercutiu em todo o Brasil a juventude conseguiu congelar tarifas de transporte, de luz, pedágios, e principalmente impedir o governo Cabral de demolir o Museu do Índio, o Estado de Atletismo Célio de Barros, o Parque Aquático Julio Delamare e  a  Escola Municipal Escola Municipal Friedenreich.

Em 1994 os trabalhadores petroleiros fizeram passeata até a porta da TV Globo para protestar contra a campanha difamatória da mídia, conseguindo impedir a privatização da Petrobrás, naquele momento.

Estamos diante de mais um desafio: ou a sociedade retoma as ruas para denunciar a manipulação da mídia ou o candidato das elites vai ser eleito de forma espúria, como foi a eleição de Fernando Collor de Mello! 

*Emanuel Cancella é diretor da Federação Nacional dos Petroleiros e do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro.

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