Enviamos essa carta-denúncia a imprensa, ao governo, partidos políticos, entidades sindicais, e responsabilizamos diretamente ao governo federal Dilma Rousseff, governo de Rondônia Confúcio Moura, ministros Gilberto Carvalho, José Eduardo Cardoso e Edison Lobão, o PT, Pecedobê, PDT, a CUT, CTB, por qualquer dano ou outra coisa mais grave que vier a ocorrer com os companheiros operários grevistas da obra da usina hidrelétrica de Jirau - Rondônia, que estão arbitrariamente encarcerados no hediondo presídio Urso Branco (anexo “Pandinha”), em Porto Velho, sendo torturados, humilhados e recebendo o mesmo tratamento dispensado pelo Estado aos que são considerados como criminosos da pior espécie. Muito ao contrário do tratamento dado aos políticos ladrões e outros corruptos que metem a mão nos cofres públicos e outros que assassinam milhares de pessoas por fome ou “acidentes de trabalho”. O “crime” que alegam que foi cometido por esses operários foi a participação na paralisação por melhores condições de trabalho e melhores salários, ocorrida entre os dias 8 de março a 3 de abril/2012. São funcionários das empresas Construtora Camargo Corrêa e Enesa Engenharia, aprisionados desde os dias 4 e 5 de abril.

Os operários foram retirados algemados dos alojamentos ou hotéis onde estavam alojados, sequestrados e mantidos por 2 dias sem alimento e em cárcere privado dentro do canteiro de obras de Jirau e depois levados para o presídio de Urso Branco onde estão presos nas piores e mais degradantes condições. Os operários são obrigados a dormir no frio chão de cimento, é negado a eles colchões e até materiais de higiene e limpeza, bem como é restringida a visita de familiares.  O operário Julimilson Souza encontra-se enfermo, sangrando pelo nariz e não tem acesso a qualquer tratamento médico, bem como os demais. Devido as péssimas condições carcerárias a que são submetidos, todos esses trabalhadores estão com diversos ferimentos espalhados pelo corpo, debilitados e deprimidos pela opressão. Estão jogados em celas separadas, superlotadas e junto com condenados tidos como de alta periculosidade e com as integridades físicas em risco.
Na esteira da repressão desencadeada contra a greve pela Camargo Corrêa, demais empreiteiras e governo federal Dilma Rousseff e estadual Confúcio Moura, foram demitidos mais de mil trabalhadores em Jirau e emitidos 24 mandados de prisão contra os operários João de Lima Fontinele, Cícero Furtado da Silva, Antônio Luis Soares Silva, Ismael Carlos Silva Freitas, Lucivaldo Batista Moraes Castro, Antônio da Silva Almeida, Elielson Silva do Nascimento, Sebastião da Silva Lima, Herbert da Conceição Nilo, Joilson Messias Tim, Leonilson Macedo Farias, José Ribamar dos Santos, Nailson Serrão Souza, Alexsandro Macedo Pinheiro, Silvan Oliveira dos Santos, Franklin Francisco de Carvalho, Roberto Carlos Pereira Lira, Antônio Genilson Machado da Silva, Noberto Amaral Filho, Jonas Cordeiro Bessa, Manoel Nascimento do Rosário, Jhonata Lima Carvalho, Julimilson Sousa de Oliveira, Carlos Moisés Maia da Silva.
O governo e a justiça agem em conluio e a serviço da classe patronal; acusa os operários de terem cometido crimes de “incêndio, dano, extorsão, formação de quadrilha ou bando, constrangimento ilegal e furto qualificado” e os mantêm ilegalmente aprisionados e sendo torturados no presídio masmorra de Urso Branco. O advogado Dr. Ermógenes Jacinto de Souza, a nosso pedido, fez levantamentos junto aos órgãos carcerários e localizou 12 operários presos no presídio Urso Branco (são eles, Joilson, Nailson, Alexsandro, Franklin, Roberto, Genilson, Noberto, Jonas, Manoel, Jhonata, Julimilson e Carlos); os outros 12 cujos nomes constam nos mandados de prisão não foram localizados até o momento e o Estado é obrigado a dar explicações sobre o paradeiro desses trabalhadores. Através de Habeas Corpus foram liberados os operários Franklin, Manoel e Joilson. Outro operário de Jirau, que não consta na relação dos 24 nomes, Raimundo Braga da Cruz Souza, 22 anos, foi também localizado preso no Urso Branco, acusado de “incêndio” e sua audiência de instrução e julgamento está marcada para o próximo dia 28 de maio, às 10:30 horas na 1ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Rondônia.
Há fundadas evidências de que o incêndio que destruiu os alojamentos, no dia 3 de abril, foi feito pela própria construtora Camargo Corrêa, que tinha interesse em criar distúrbios para justificar o aumento da repressão sobre os trabalhadores e também devido aos grandes interesses econômicos que estão por trás da construção da usina hidrelétrica de Jirau (disputa judicial de pagamento de seguro, aditivo de contrato no valor de mais de R$ 1 bilhão e justificar atraso na obra).
Estes operários da UHE de Jirau estão sendo torturados e foram encarcerados em presídio sem passar por qualquer julgamento. Tal situação serve a politica de intimidação dos trabalhadores da construção, em particular das obras do PAC e estádios de futebol, que se levantam em todo o país realizando paralisações contra as péssimas condições de trabalho. A finalidade dessas arbitrárias prisões é uma só: frear as justas reivindicações operárias.
Os operários da construção e todos trabalhadores país devem levantar um grande clamor contra isso e contra o massacre cotidiano perpetrado pelas empresas nos canteiros de obras e demais locais de trabalho. Uma campanha de luta pela imediata libertação está sendo desenvolvida. Foi criada uma página na internet: http://liberdadeoperariosdejirau.blogspot.com.br/.
O movimento sindical classista do nosso país, independente e que não está no bolso do governo nem corrompido pelas empreiteiras exige: Liberdade para os companheiros grevistas de Jirau presos!
Abaixo o arrocho salarial e as péssimas condições de trabalho, trabalho escravo, mutilações e mortes nos canteiros de obras e demais locais de trabalho!

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