Somente a educação tem as ferramentas para socorrer, salvar e preservar a cultura brasileira. Aqueles que adotaram a violência, como estilo de vida (vida?) estão forçando o povo a parafrasear belas obras do cancioneiro popular e sussurrar: Se esta rua, se esta rua fosse minha, eu mandava, eu mandava gradear... Ou ao invés de declamar lindas poesias de autores fantásticos, reclamar: Vou-me embora da Pasárgada, aqui tenho medo de tudo e do rei...

Sou daqueles educadores que acreditam na recuperação do que se desprezou da riqueza da literatura, do acervo folclórico, da MPB, das brincadeiras de roda... Creio que as bandas de música, os desfiles cívicos escolares, os conjuntos corais, os festivais de música, a poesia, as trovas, voltarão a florescer nos canteiros do sonho infanto-juvenil, fazendo coro com pessoas de todas as idades. Gostar de tudo isto não é romantismo nem saudosismo, é civismo, cultura. Claro, se a educação abandonar a praça da cidade, ela será tomada pelo lixo social. Creio que se pode reciclar o homem.

Antigamente, a criançada cantava nas escolas públicas e, particulares... Com o encolhimento da verba para a educação, com a ausência de políticas públicas, com o recuo da proposta pedagógica pela mudança do foco de um número preocupante de Escolas, com a desvalorização do professor, a sociedade tem motivos para chorar em todos níveis e graus. Chora-se em nível inferior e superior. Para falar a verdade, chorar também saiu de moda. As fábricas de lenço faliram, não por falta de motivo para lágrimas, não! Equívocos educacionais podem robotizar o ser humano.

Por onde começar?  Por favor, quem tem esse poder, corra e salve os currículos das Faculdades de Pedagogia. Eles estão resmungando coisas do século 19. Oxalá que os fazedores de proposta pedagógica acertem o passo e dancem de acordo com a música, de autoria da sociedade pós-moderna. Eles estão desafinados e correm sérios riscos de paralisia senil. Recém-formados professores estão confundindo tristeza com melancolia.

Por onde começar? Por favor, acordem políticos do último porre a tempo de votarem uma lei de respeito à verba que seria destinada à educação. Ao menor delírio, não cometem o benefício de cortarem o próprio pescoço, mas a exemplo dos faraós mandam cortar o pescoço dos estudantes de sete anos para baixo e pra cima também. Analfabetos funcionais,  estão sendo empurrados para as sarjetas por carência de alfabetizadores para múltiplos analfabetismos.

Por onde começar? Por nós que somos personagens do filme pornográfico político, proibido para maiores de duzentos anos, já rasgado de tanto rodar a mesma coisa: mesmas promessas, mesmas caras, mesmos escândalos e... mesma acomodação.
 
Ivone Boechat

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