A empresa ou dono/a de um jazigo no cemitério onde estão os restos mortais da atriz Marilyn Monroe despejou o ocupante do túmulo imediatamente acima por falta de pagamento de uma hipoteca. Ato contínuo publicou um anúncio em jornais e na internet sobre a venda da “área”. No duro mesmo um leilão e com o sugestivo “passe a eternidade ao lado de Marilyn”.

O leilão começou com um lance de 500 mil dólares e na tarde de terça-feira, dezoito de agosto, já estava em quatro milhões e seiscentos mil dólares.

O leiloeiro ainda não bateu o martelo, o que significa que a oferta pode aumentar. A notícia não fala se o momento culminante vai acontecer na rede mundial de computadores, ou o formato clássico de leilão, cheio de ingleses com chapéu coco e, certamente, James Bond.

Se for assim, podiam completar o show chamando o garçom da Casa Branca, Barak Obama, para servir os drinques. Bush ficaria encarregado da segurança.

O governo da Colômbia está veiculando uma campanha publicitária para incentivar o turismo no país. Segundo o departamento encarregado do “negócio”, “o perigo não é ir a Colômbia. É não querer voltar”. Não tenho idéia de como o governo Uribe imagina que serão feitas as viagens. 

Aquele trem chato de sair do hotel, entrar no ônibus para percorrer pontos turísticos tipo bases americanas, ou as plantações de coca nos latifúndios das elites colombianas. Quem já foi a uma estalagem no sul do Brasil em vinícolas é só substituir o vinho por champanhe e pó. E com direito a retrato autografado de Uribe.

Ingrid Betancourt, usando cosméticos que rejuvenescem após anos de cativeiro, mais hepatite, malária e dengue, vai ser a grande cicerone.

Não posso imaginar o que passa na cabeça de alguém que se dispõe a gastar algo em torno de cinco milhões de dólares para ficar enterrado no jazigo acima do de Marilyn Monroe. 

Mas sei o que isso significa. O absoluto vazio de milhões de norte-americanos à falta de uma arena para gladiadores e leões. Polegar para cima, polegar para baixo e um golpe em Honduras. Uma orquestra arranjando arranjos golpistas na Venezuela, na Bolívia, no Equador e de quebra na Nicarágua.  E onde mais se fizer necessário em nome da “democracia” e dos “direitos humanos”.

A coisa anda tão brava pra lá e pra cá que o técnico Wanderly Luxemburgo tentando poupar o veterano Emerson de críticas por farra num a boate mandou ver – “jogador de futebol tem que ser freira?”. Segundo Wanderley o fato de ter barrado um atleta evangélico gerou um “complô evangélico” contra Emerson.

Vai cair nas graças da GLOBO.

Por trás das declarações de Luxemburgo cabe uma pergunta espremida ali por conta das entrelinhas. Jogador evangélico tem bicho para levantar a camisa e mostrar sua igreja no momento do gol? 

O grande perigo de tudo isso é GLOBO e RECORDE disputarem uma eventual tumba em Jerusalém, ou em Wall Street. Aqui jaz a família Marinho, ao lado dos Rockfellers, Fords, etc ou aqui estão os restos mortais de Edir, o Macedo, na cidade santa.

Paris que se cuide, podem cismar de passar a eternidade ao lado dos restos mortais de Napoleão. 

Montados numa montanha de falcatruas, golpes, os insignes senhores, Marinhos e Macedo, subirão aos céus no quadragésimo dia. No quadragésimo primeiro já estarão disputando a audiência dos anjos.

Se isso acontecer não precisa ficar preocupado ou ansioso. A FOLHA DE SÃO PAULO faz um infográfico explicando direitinho como cada um deles ascendeu ao cume. O difícil vai ser vender o tucanato/democrata global por lá e cobrar o dízimo de anjos.

Quem quer que seja o dono ou dona do jazigo imediatamente acima do de Marilyn Monroe está vivo e bem vivo. E quem quer que compre deve estar apostando numa espécie de contato pós vida, algo assim “sou seu novo vizinho, que tal uma saída noite dessas?”

Ou algo assim do tipo “já ouviu falar de Sharon Stone? Cruzou as pernas num filme com o filho do Kirk Douglas endoidou a moçada, que nem aquela máquina de vento que levantou suas saias?”

Pode ser que Marilyn se interesse por saber se a cruzada de pernas de Sharon Stone desbancou-a, ou se Kim Novak ainda está viva. Ou por onde anda Mamie Van Doren, já que Jayne Mansfield passa por ali de vez em quando.

O pior dessa história é que um novo braço do mercado vai ser acionado e breve despejos e mais despejos em cemitérios da matriz e das filiais, para o crescimento econômico, a geração de empregos e tudo com certificado de qualidade. 

Que nem bolsa de valores. Quem vai querer, por exemplo, ser enterrado ao lado de FHC? Te esconjura satanás, corre o risco de querer privatizar o cemitério e faturar um extra por baixo dos panos para montar uma fundação, um memorial sei lá.

Cova FHC então não é blue ship. Cova Serra tem o risco do vampiro à noite, nunca se sabe se o cara sai das profundezas para fiscalizar quem está fumando ou não.

É preciso quase uma eternidade para varrer toda essa insensatez capitalista, todo esse culto ao deus mercado. 

Já imaginou “passe a eternidade ao lado de Berlusconi”? 

Ou do William Bonner repetindo a palavra terrorista com direito a caras e bocas, ao lado de Miriam Leitão dizendo que a economia lá por cima está pelas tabelas. Isso depois de ser enterrada ao lado do presidente do Chase? 

Marilyn não merecia essa.   
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