Hugo Chávez, que a GLOBO aqui chama de ditador, venceu as eleições regionais da Venezuela em 20 dos 23 estados do país. Chávez se recupera de uma cirurgia para remover um tumor maligno na pélvis. Está em Cuba e seu estado é considerado delicado.

A vitória de Chávez é a reafirmação pelos venezuelanos do desejo de continuidade do processo revolucionário implantado pelo presidente desde sua primeira eleição.

A Venezuela hoje é um país onde o analfabetismo foi erradicado, a saúde tem níveis de primeiro mundo, a organização popular – o poder popular – se fortalece a cada dia, a reforma agrária é uma realidade e as riquezas naturais do país se materializam em benefícios reais para a população, seja em programas de moradia, de educação, de saúde, de lazer, cultura, enfim, um país livre e soberano, dono do seu destino segundo a vontade popular.

É escancarada a torcida dos seus oposicionistas (as elites econômicas do país) e dos grupos internacionais que até a ascensão de Chávez tinham o controle acionário da Venezuela, pela morte do presidente reeleito em menos de um mês para um novo mandato.

Qualquer que seja o desfecho do processo – a saúde de Chávez – a revolução é uma realidade e os resultados das eleições mostram isso.

Na prática, democracia sem adjetivos não tem lá muita importância para o imperialismo, para os norte-americanos, sínteses do poder capitalista em todo o mundo.

Têm sempre o argumento de algibeira para justificar ações golpistas (Honduras, Paraguai) e buscar formas de vestir governos outros com camisas de força (Colômbia, Brasil, Chile e Peru), que os mantenham fiéis na execução das políticas e nos interesses dos donos do mundo.

A vitória do partido chavista nas eleições do dia 16 de dezembro tem um significado ímpar para toda a América do Sul. É possível caminhar pelas próprias pernas sem necessidade de muletas norte-americanas ou nazi/sionistas (deitam e rolam nas ações do complexo ISRAEL/EUA TERRORISMO S/A).

A derrota sofrida na Argentina com a lei dos meios, a que acaba com o monopólio das comunicações e as ameaças de golpe branco contra a presidente Cristina Kirchner são um exemplo desse tipo de ação “libertadora”.

A posse de Chávez para um novo mandato no dia 10 de janeiro, por enquanto, é uma incógnita e se isso não acontecer pode determinar a realização de nova eleição em 30 dias. E ainda assim o chavismo é favorito. Mas numa realidade diversa. Com uma oposição feroz e sem escrúpulos ávida de retomar o poder.

A lição que resulta desse quadro é simples. A construção do poder popular é decisiva para que o processo revolucionário possa não só se colocar em marcha, mas se consolidar para além de seus líderes, por maiores que sejam esses líderes e Chávez é um dos maiores em toda a história da América do Sul.

E é sobretudo uma lição para o Brasil onde os sindicatos, em sua imensa maioria, se transformaram em associações beneficentes. Onde boa parte do movimento popular acreditou na demagogia lulista de programas sociais que não mudaram e nem vão mudar o quadro político, econômica e social do Brasil, mantendo intocados os desmandos entreguistas do governo de Fernando Henrique Cardoso.

A própria caçada a Lula é exemplo disso. Não se tolera nem essa demagogia populista. O caráter perverso e cruel das elites não tem limites e não se detém diante de obstáculos por maiores ou menores que sejam.

A luta popular tem outra dimensão. O processo revolucionário não se restringe e nem pode ao espetáculo das eleições, ao show tecnológico das máquinas de votar (dão o resultado que os donos quiserem).

Outra lição que o Brasil pode aprender é que somos um país capenga à medida que avançamos na direção das mudanças estruturais necessárias, pelo contrário, patinamos nas alianças espúrias de um governo que em determinados momentos parece ter rumo, noutros se perde e se curva a banqueiros, grandes empresários, latifundiários e muitas vezes se refugia no apoio da fé movida a dizimo e perfumes que cheiram a Jesus.

É decisiva a percepção que a América do Sul num primeiro momento e toda a América Latina vive um momento decisivo em sua história e é hora de deixar de lado as incertezas, para construir a certeza do poder popular.

Se assim não o fizermos não seremos nunca capazes de fazer de fato o gigante despertar e caminhar.

Não adianta esperar das elites ou das classes médias a compreensão, por mínima que seja, do real processo de luta. Classes médias, por exemplo, têm orgasmos diante de um novo modelo de celular, ou uma nova tecnologia que se lhes permita imaginar que vivem a vida de um banqueiro, ou que tudo se resume a um churrasco no final de semana.

Ou uma visita a um shopping.

É hora de lutar a luta dos trabalhadores, de mostrar-lhes a realidade, de organizá-los e de caminhar. Pois como cantou Vandré, não se pode acreditar nas flores vencendo o canhão e nossa história precisa mais que ser passada a limpo. Precisa começar a ser construída pela ótica e pela determinação de trabalhadores de todos os campos.

A vitória de Chaves, sua própria saga têm esse sentido.

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