Provenientes da migração dos bantos da região oriental da África, o povo Herero instalou-se na Namíbia entre os séculos XVII e XVIII. Atualmente tem sua população estimada em 240 mil pessoas vivendo na Namíbia, Botsuana e Angola. O Ovaherero engloba vários subgrupos, incluindo o Ovahimba, o Ovatjimba o Ovambanderu e os vaKwandu, grupos em Angola incluem o vaKuvale, vaZemba, Hakawona, Tjavikwa e Tjimba (herero pobres) e Himba que regularmente atravessam fronteira da Namíbia com Angola quando migram com os seus rebanhos.

Durante o período colonial, os europeus tentaram defini-los como grupos étnicos distintos, mas as pessoas consideram-se todos Ovaherero. Apesar de divididos em diversos subgrupos, possuem o mesmo idioma herero, além de português em angola, inglês em Botsuana e inglês e africâner na Namíbia. Também, os antropólogos brancos a serviço do colonizador-racista tentaram dividi-los em seus estudos de antropologia dizendo que são de origens diferentes. Hábito dos brancos em dividir para governar ou exterminar.

O POVO HERERO


Provenientes da migração dos bantos da região oriental da África, o povo Herero instalou-se na Namíbia entre os séculos XVII e XVIII. Atualmente tem sua população estimada em 240 mil pessoas vivendo na Namíbia, Botsuana e Angola. O Ovaherero engloba vários subgrupos, incluindo o Ovahimba, o Ovatjimba o Ovambanderu e os vaKwandu, grupos em Angola incluem o vaKuvale, vaZemba, Hakawona, Tjavikwa e Tjimba (herero pobres) e Himba que regularmente atravessam fronteira da Namíbia com Angola quando migram com os seus rebanhos.

Durante o período colonial, os europeus tentaram defini-los como grupos étnicos distintos, mas as pessoas consideram-se todos Ovaherero. Apesar de divididos em diversos subgrupos, possuem o mesmo idioma herero, além de português em angola, inglês em Botsuana e inglês e africâner na Namíbia. Também, os antropólogos brancos a serviço do colonizador-racista tentaram dividi-los em seus estudos de antropologia dizendo que são de origens diferentes. Hábito dos brancos em dividir para governar ou exterminar.


O POVO NAMA OU NAMAQUA

Nama (em fontes mais antigas também chamados Namaqua) é um grupo étnico da África do Sul, Namíbia e Botsuana. Eles falam a língua Nama do Khoe-Kwadi (Khoisan central). Os Namas são o maior grupo de pessoas Khoikhoi, a maioria deles já desapareceram em grande parte como um grupo, exceto os Namas. Muitos vivem em Namaqualand.

Após a Conferência de Berlim, a Alemanha invadiu o continente africano e além de outras regiões anexou à Namíbia, enviando para a África invasores (colonos ou descobridores – denominações usadas pela historiografia branca) que pilharam as terras e riquezas da população nativa. Difundido a supremacia branca e comparando o povo herero a babuínos.

Babuínos

Os homens eram constantemente espancados até a morte e as mulheres vítimas de estupro e escravizadas sexuais dos colonos e soldados alemães.

Como conseqüência dessas violações em 12 de janeiro de 1904 o povo Herero resolveu resistir ao invasor-colonizador - racista alemão, liderados por Samuel Maharero. Conforme os historiadores essa guerra de libertação teve como conseqüência o primeiro genocídio do século do XX, impetrado pelo império alemão contra homens, mulheres e crianças originais: as populações Herero e Nama, habitantes na Namíbia.

Samuel Maharero

Líder guerreiro e chefe do povo Herero, ainda criança foi catequizado e freqüentou escolas luteranas que o viam como um futuro pastor. Rebelou-se contra os invasores alemães, enfrentou as famigeradas tropas colonialistas. Teve que exilar-se em Botsuana onde continuou líder dos exilados herero vindo a falecer em 1923. É relembrando na Namíbia como herói no dia 26 de janeiro no dia dos hereros.

Hendrik Witbooi

Hendrik Witbooi tem o seu rosto estampado nas notas bancárias na Namíbia. Para seus seguidores ele era conhecido por seu nome de Nama Khaob! Nanseb/Gabemab, que significa 'O capitão, que desaparece na grama”, uma referência à sua famosa habilidade como uma lutador de guerrilha. Nasceu em 1830 em uma família de líderes.


Hendrik Witbooi era um homem religioso. Mais tarde, durante a guerra com os alemães, em 1904-1905, Witbooi voltou ao seu povo com a convicção de Deus havia de guiá-los para lutar por sua liberdade contra os imperialistas.

Em Outubro de 1904, dez meses após a herero tinha lançado em escala completa guerra contra os alemães, Hendrik Witbooi levou Namaland contra os alemães. Na idade de 80 anos, ele lutou com os seus soldados até que morreu no campo de batalha decorrente de uma ferida na coxa, em 28 de outubro de 1905 perto de Vaalgras.

Cédula com a foto de Hendrik Witbooi

GENOCÍDIO PRATICADO PELOS ALEMÃES

Kaiser Wilhelm II

Com a mobilização do povo herero o kaiser Wilhelm II, enviou 14.00 mil soldados sob o comando do Tenente-General Lothar von Trotha, conhecido pela brutalidade ao participar da revolta boxer na China e a violenta repressão aos povos pretos que ofereceram resistência ocupação alemã da África Oriental (Ruanda, Burundi e Tanzânia). Ao chegar à Namíbia disse a sua finalidade:


- "Eu acredito que a tribo herero como tal deve ser exterminada."
E escreveu:

- "O exercício da violência e do terrorismo é a minha política. Eu vou destruir as tribos Africanas com fluxos de sangue e de dinheiro. Só após essa limpeza pode surgir algo novo, que permanecerá.”

E em um comunicado ao povo Herero diz:

"Todos os herero devem deixar a terra. Se recusarem, então eu vou obrigá-los a fazê-lo com as grandes armas. Qualquer herero encontrado dentro de fronteiras alemãs, com ou sem uma arma, vai ser abatido. Não serão tomados prisioneiros. Essa é a minha decisão.”


Inspirador e executor do massacre dos hereros na Namíbia o general Lothar Von Trotha seguiu um plano elaborado na Conferência de Berlim de 1885, onde os Hereros e Namas foram eliminados sistematicamente, já que o objetivo era apoderar-se de suas terras; para isso estabeleceram um campo de concentração, trabalhos forçados e execuções em massa.

Em contraste, uma carta do chefe herero Samuel Maharero ao seu povo logo após a eclosão da guerra estabelece que os ingleses, Boers, missionários e pessoas de outras tribos não viriam a ser prejudicados. A história tem demonstrado que ambas as instruções foram diligentemente realizadas.

Em uma batalha decisiva no Hamakari, perto Waterberg, em 11 de Agosto de 1904, as tropas de Von Trotha cercaram a nação herero em três lados e estes foram brutalmente derrotados. Em uma jogada cínica, ele deixou o caminho aberto apenas para a área do deserto do Kalahari.. O plano de batalha era que as pessoas que escaparam das balas do exército Alemão deveriam morrer de sede. Poços de 150 milhas (240 km) ao redor do deserto ou eram patrulhados ou envenenados, e aqueles hereros que vieram rastejando para fora do deserto, desesperados por água, foram mortos a baioneta. Isto deixou os hereros com uma única opção: atravessar o deserto dentro de Botsuana, na realidade, marchar para a morte. Esta é, na verdade, como a maioria dos hereros foram exterminados.

Hereros no deserto famintos e sedentos após as tropas alemãs envenenarem os poços de água.

Devido a escassez de trabalho na colônia, o extermínio da campanha de Von Trotha foi finalmente parado por Berlim, e os hereros sobreviventes foram postas em concentração campos. Colocados a trabalho escravo, sobrecarregados, com fome, e expostos a doenças como a febre tifóide e a varíola, a maioria dos homens herero pereceu nestes campos e as mulheres foram transformadas em escravas sexuais.

O resultado desta política foi que, a partir de 1904 para 1908, foram reduzidas da nação herero de 80000 a 15000 pessoas famintas e refugiados em sua própria terra.

Guerreiros herero capturados por tropas alemãs

Após a guerra, todos os herero de idade superior a sete anos eram obrigados a vestir um disco metálico em torno de seus pescoços com seu número de registro, designando-os como mão-de-obra disponível.

O CAMPO DE CONCENTRAÇÃO NA ILHA SHARK

A ilha de Shark foi o local usado de 1904 a 1907 que confinou membros das tribos Herero e Nama. Ao longo dos três anos foi o acampamento onde 3000 pessoas encontraram a morte. Para todos os efeitos, considera-se um acampamento de morte, tal como o seu único propósito era o de exterminar pessoas herero Namaka.

O trabalho forçado do acampamento foi utilizado para construir Lüderitz locais e vias férreas. Outros campos existiam em todo lugar invadido pela Alemanha, incluindo locais como Swakopmund, Windhoek e Okahandja.

Campo de Concentração na Ilha Shark

EXPERIÊNCIAS GENÉTICAS

Foi no campo de Concentração da Ilha de Shark que Eugen Fischer fez suas primeiras experiências "médicas" sobre raça, genética e eugenia, utilizando como cobaias tanto herero como os mestiços descendentes dos estupros das mulheres herero. Sob sua supervisão, foram preservados corpos e cabeça de hereros que tinham sido enforcados e foram enviados à Alemanha para dissecção.

Fischer tornou-se diretor do Instituto Kaiser Wilhelm de Antropologia, Hereditariedade Humana e Eugenia. Foi co-autor do livro - Os Princípios da Hereditariedade, Raça e Higiene - que se tornou o livro padrão sobre o assunto na Alemanha.

Hitler nomeou Fischer como reitor da Universidade de Berlim, em 1933, onde lecionou medicina para médicos nazistas. Fischer é por vezes referido como o pai da moderna genética. Este homem foi um grande defensor do aborto e da esterilização dos não-brancos.

Foto de Eugen Fischer - Observe a foto de mulheres pretas nos seus estudos eugênicos.

“EU TAMBÉM VIAJO PARA O CÉU EM UMA CARROÇA."

Em seu livro Heróis Herero, Jan-Bart Gewald descreve a morte de um dos líderes cristãos herero, testemunhado por um missionário alemão Friedrich Meier:

“Fraco de doença e de maus tratos, Kukuri foi transportado para a sua execução nas costas de um carro de boi. Ele não mostrou o menor vestígio de medo, mas, em vez disso olhou como se estivesse indo para um casamento! Em uma etapa da viagem, disse ao “Pastor” Meier: como Elias, também eu vou viajar para o céu em um vagão.

Quando eles chegaram o local ainda estava sendo preparado. Meier temia pela tranqüilidade de Kukuri e pediu que parasse de olhar para a forca. Ele respondeu:

- Por que não devo olhar para ela? Não é “a minha madeira" (a minha cruz)?

Os dois oraram e juntos cantaram um belo hino: Então tome minha mão e leva-me. Então Kukuri disse:

- Parece que você ainda teme que eu tenha medo, mas quando um pai chama seu filho, o filho tem medo de ir para ele? Dê a minha esposa, que está em Okahandja, a minha saudação e diga a ela que eu já morri na fé do Senhor Jesus Cristo, assim também diga aos meus filhos, pois você deve sempre vê-los.

Em seguida, disse:

- Senhor Jesus, me ajude.

Kukuri subiu a escada e a corda foi colocada em volta do seu pescoço. Como ele estava caindo, o nó escorregou, de forma que ele caiu no chão, inconsciente. Dois soldados o levantaram e, seguindo ordens, e realizaram disparos de arma de fogo, matando-o. Assim entrou Kukuri na presença do Senhor.

Ainda hoje Hereros são membros da Igreja Luterana, defendendo esta ideologia, e comungando com os brancos que assassinaram seu povo na chamada “Guerra de Pacificação da Namíbia”.

"Irmãs" Luteranas na Namíbia.

Em Windhoek, a Christuskirche e o Reiterdenkmal, monumento que homenageia os soldados alemães que morreram na “pacificação” da Namíbia ao fundo uma igreja luterana.

CONCLUSÃO

A Alemanha compensou os Askenazis (descendentes dos kazars) que se dizem judeus após a 2ª guerra mundial em milhões de dólares e apoiou o mundo branco ocidental cedendo terras no Oriente Médio, para a criação do estado de Israel. Mas, até hoje o brutal genocídio dos povos Herero e Nama não foram compensados, os seus descendentes que perderam terras, gados, e potenciais recursos minerais que estão nas mãos dos descendentes de alemães, não receberam das autoridades alemãs nenhum pedido de desculpas e reparação. Apesar dos protestos e mobilizações das minorias étnicas Herero e Nama.

O povo preto não pode esquecer dos 105 anos da resistência dos Herero e Nama! E também do Genocídio impetrado pelos Alemães.

Viva a memória de Hendrick Vitbooi, Samuel Maharero, e dos 65.000 mil hereros (70% da população) e 10.000 Namas (50% da população) que foram dizimados pelas forças genocidas da Alemanha.
 

Por Walter Passos. Teólogo, Historiador, Pan-africanista, Afrocentrado e Presidente CNNC – Conselho Nacional de Negras e Negros Cristãos. Pseudônimo: Kefing Foluke. E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

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