Educar para mudar o Brasil

Um país que cresce é um país que investe em seu capital mais valioso: as pessoas. E falo sobre educação. De nada adianta criar numerosos programas de acesso ao nível superior, quando o ensino de base deixa a desejar – alçando jovens despreparados ao mercado de trabalho. Grande parte das querelas brasileiras é resultado das políticas insípidas aplicadas à área. Entretanto, indicadores dizem que há luz no fim do túnel.

A Câmara dos Deputados aprovou, no ano passado, o texto-base do Plano Nacional pela Educação (PNE). Com atraso de quatro anos, a bem da verdade. Resumidamente, o texto determina que o Brasil amplie o acesso à educação e aperfeiçoe a qualidade do ensino até 2024. Entre as metas: erradicar o analfabetismo e oferecer escolas em tempo integral em metade das unidades do país. Nos objetivos também constam a ampliação no número de vagas no ensino superior, incluindo pós-graduação, e a garantia de aprimoramento de formação, com aumento do salário dos professores.

A aprovação aconteceu em paralelo ao estudo “Indicadores do Desenvolvimento Brasileiro” (2001-2012), divulgado pelo Governo Federal. O documento relata a melhora da educação em diferentes aspectos. Destaca-se o crescimento da assiduidade à escola na faixa de 4 a 5 anos, de 55,0% em 2001 para 79,1% em 2012, e a universalização do ensino fundamental, com 98,3% das crianças de 6 a 14 anos acessando a aula. Além disso, o analfabetismo vem diminuindo progressivamente. Na população com 15 anos ou mais de idade, o índice diminuiu consideravelmente na última década, passando de 12,4% em 2001 para 8,5% em 2012.

Sempre tenho um pé atrás quando os dados provêm do governo. Em inúmeros casos, a objetividade dos números esconde subjetividades urgentes da realidade. Ademais, o desnivelamento educacional no Brasil é histórico e, sem qualquer dificuldade, poderia ser zoneado em território urbano. O contraste é visto diariamente quando as melhores oportunidades são oferecidas àqueles que dispuseram de uma educação de base mais qualificada. Este é o ponto nevrálgico.

Educação é essencial, mas quando o sistema é ineficaz, ocorre a separação das pessoas, surgem preconceitos e formam-se marginais cujo único sentido na vida é delinquir. Mais que isso, educar é dar oportunidades, incentivar a evolução de indivíduos não apenas inteligentes, mas também multiplicadores do conhecimento. O Brasil nunca será rico enquanto não suprir esses gargalos do sistema. Resta aguardar que discursos e estatísticas não fiquem no papel e que boas condições de ensino se tornem comuns a todos.


publicidade
publicidade
Crochelandia

Blogs dos Colunistas

-
Ana
Kaye
Rio de Janeiro
-
Andrei
Bastos
Rio de Janeiro - RJ
-
Carolina
Faria
São Paulo - SP
-
Celso
Lungaretti
São Paulo - SP
-
Cristiane
Visentin

Nova Iorque - USA
-
Daniele
Rodrigues

Macaé - RJ
-
Denise
Dalmacchio
Vila Velha - ES
-
Doroty
Dimolitsas
Sena Madureira - AC
-
Eduardo
Ritter

Porto Alegre - RS
.
Elisio
Peixoto

São Caetano do Sul - SP
.
Francisco
Castro

Barueri - SP
.
Jaqueline
Serávia

Rio das Ostras - RJ
.
Jorge
Hori
São Paulo - SP
.
Jorge
Hessen
Brasília - DF
.
José
Milbs
Macaé - RJ
.
Lourdes
Limeira

João Pessoa - PB
.
Luiz Zatar
Tabajara

Niterói - RJ
.
Marcelo
Sguassabia

Campinas - SP
.
Marta
Peres

Minas Gerais
.
Miriam
Zelikowski

São Paulo - SP
.
Monica
Braga

Macaé - RJ
roney
Roney
Moraes

Cachoeiro - ES
roney
Sandra
Almeida

Cacoal - RO
roney
Soninha
Porto

Cruz Alta - RS